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Mídia, Novas Tecnologias e Escola!
- CARCTERÍSTICAS DA COMUNICAÇÃO VISUAL Conseqüência: O aluno que senta pela primeira vez num banco da escola não é mais o mesmo do princípio do século passado, que tinha uma visão restrita e geograficamente determinada, hoje ele é um cidadão do mundo, hoje ele apresenta outras exigências
- SÍMBOLO X SIMBÓLICO
- INTERNET
- INTERNET
- REDES DE TVS EDUCATIVAS Só elas deveriam ter acesso às salas de aula? Não, porque é importante que se abra espaço para aquilo que faz parte da vida do aluno. As TVs educativas constituem um instrumento valioso para a sala de aula por sua própria constituição: EDUCAÇÃO PROGRAMAÇÃO EDUCAÇÃO
- PROGRAMAÇÃO TELEVISIVA GERAL Mudança na forma de se produzir os programas e no estabelecimento de prioridades: PÚBLICO PROGRAMAÇÃO AUDIÊNCIA “ A realidade é o mundo lógico, mítico e os meios são míticos. A telenovela é ficção, mas demasiado real, porque a realidade da vida passa pelo mítico da novela” Francisco Gutiérrez
- EU TAMBÉM ASSISTO
- Que perspectivas de vida os alunos têm?
- Que mundo nós estamos oferecendo para eles?
- ESCOLA x MEIOS MIDIÁTICOS ONDE ESTÁ O MUNDO REAL?
- ESCOLA x MEIOS MIDIÁTICOS ONDE ESTÁ O MUNDO REAL?
- ESCOLA E MEIOS MIDIÁTICOS PARCERIA REAL E FRUTÍFERA
- Por que resistimos às inovações tecnológicas? "A descoberta do alfabeto criará o esquecimento na alma dos aprendizes, porque não usarão suas memórias; eles confiarão nos caracteres escritos e não se lembrarão de si próprios.... E assim não se dá aos discípulos a verdade mas somente a aparência da verdade; serão heróis de muitas coisas, e nada terão aprendido; eles parecerão oniscientes e geralmente nada saberão.” Sócrates, “Fedra”
- LIVRO SIM, NOVAS MÍDIAS NÃO! Por que resistimos às inovações tecnológicas? "A descoberta do alfabeto criará o esquecimento na alma dos aprendizes, porque não usarão suas memórias; eles confiarão nos caracteres escritos e não se lembrarão de si próprios.... E assim não se dá aos discípulos a verdade mas somente a aparência da verdade; serão heróis de muitas coisas, e nada terão aprendido; eles parecerão oniscientes e geralmente nada saberão.” Sócrates, “Fedra” (470-399 a.C.)
- AS NOTÍCIAS QUE A GENTE NÃO VÊ
- Ideologia Importante: Não se deixar cair na cegueira dos preconceitos.
- MARSHALL MCLUHAN “ O círculo familiar se ampliou. O fundo mundial de informações gerado pelos meios elétricos - cinema satélites, vôos - supera de muito qualquer possível influência que mamãe ou papai possam exercer. Agora todo mundo é um sábio.” “ O nosso é o mundo novo do tudoagora. O “tempo” cessou o “espaço” desapareceu. Vivemos hoje numa aldeia global.... num acontecer simultâneo.” Conceitos básicos para se compreender a aldeia global
- “ A imprensa, um artifício duplicador confirmou e prolongou a nova tensão. Forneceu a primeira “mercadoria” uniformemente duplicável, a primeira linha de montagem - a produção em massa. Criou o livro portátil, que os homens podiam ler em particular e isolados dos outros. O homem podia, agora, inspirar - e conspirar. Como a pintura de cavalete, o livro impresso muito contribuiu para o novo culto do individualismo. O ponto de vista fixo e particular tornou-se possível e a capacidade de ler e escrever conferiu o poder de alienar-se, de não envolver-se.”
- “ O poeta, o artista, o detetive - quem quer que aguce nossa capacidade de perceber tende a ser anti-social ; raramente “bem ajustados”, não podem seguir as correntes e tendências. Um estranho vínculo existe entre os tipos anti-sociais por sua capacidade de “ver” os meios ambientais como eles realmente são. Essa necessidade de contrapor, de confrontar os meios ambientais com uma certa força anti-social, é manifesta na famosa história “As novas roupas do rei”. Os cortesãos “bem ajustados”, por terem interesses a defender, viam o Rei belamente ataviado. O fedelho “anti-social”, não condicionado pelo antigo meio ambiental, viu claramente que o Rei estava nu. O novo meio ambiental era claramente visível para ele.”
- “ O passado foi embora naquela direção. Quando confrontados com uma situação inteiramente nova, tendemos a ligar-nos aos objetos, ao sabor de passado mais recente. Olhamos o presente através de um espelho retrovisor. Caminhamos de costas em direção ao futuro”.
- "A roda é um prolongamento do pé. O livro é um prolongamento do olho. A roupa é um prolongamento da pele. Os circuitos elétricos, um prolongamento do sistema nervoso central. Os meios, ao alterar o meio ambiente, fazem germinar em nós percepções sensoriais de agudeza única. O prolongamento de qualquer de nossos sentidos altera a nossa maneira de pensar e de agir - o modo de perceber o mundo. Quando essas relações se alteram, os homens mudam."
- "A televisão exige participação e comprometimento em profundidade de todo o ser. Não pode servir de fundo. Ela o compromete. Talvez seja por isso que tantas pessoas sentem que sua identidade está ameaçada. (...) Ela envolve uma população inteira em um ritual. Na televisão as imagens são projetadas em sua direção. Você é a tela. As imagens cercam você. Você é o ponto de fuga."
- EXEMPLOS COTIDIANOS “ A televisão abriu para nós todas as janelas do mundo. Está na hora de começar a fechar algumas.” “ Diga-me os programas de televisão que você gosta que eu direi quem você é. ”
- O QUÊ QUE ELES TÊM QUE EU NÃO TENHO? Qual o diferencial da sala de aula e do contato professor-aluno com os meios de comunicação e a produção de informação? AFETIVIDADE
- DINÂMICAS DE GRUPO: O SEGREDO DO SUCESSO “ Empatia é a capacidade para submergir-se no mundo subjetivo dos demais, (...) é a capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como o outro vê”. Carl Rogers
- DINÂMICAS DE GRUPO: O SEGREDO DO SUCESSO Os grupos são os lugares privilegiados do diálogo, no sentido abordado por Paulo Freire: “ Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é possível o diálogo. (...) O diálogo, como encontro dos homens para a tarefa comum de saber agir.”
- CAMINHOS METODOLÓGICOS
- FIGURAS DE IDENTIFICAÇÃO O que eles querem dizer com isso?
- FIGURAS DE IDENTIFICAÇÃO O que eles querem dizer com isso?
- FIGURAS DE IDENTIFICAÇÃO O que eles querem dizer com isso?
- FIGURAS DE IDENTIFICAÇÃO O que eles querem dizer com isso? A subjetividade assimila e se constitui de aspectos da cultura A cultura assimila e se constitui de práticas coletivas: contexto social, político, educacional e midiático
- SEGUNDO FRANCISCO GUTIÉRREZ E DANIEL PRIETO “ O homem atual acostumado a uma civilização racional e intelectualista, necessita capacitar-se, com toda urgência, para poder compreender uma cultura eminentemente sensorial, da qual vive e é transmitida através da linguagem visual e sonora dos meios de comunicação de massa”.
- PERSPECTIVAS PARA UMA EDUCAÇÃO ALTERNATIVA:
- EDUCAR PARA ASSUMIR AS INCERTEZAS
- EDUCAR PARA ASSUMIR AS INCERTEZAS
- EDUCAR PARA GOZAR A VIDA
- EDUCAR PARA A SIGNIFICAÇÃO
- EDUCAR PARA A EXPRESSÃO “ Quem não se expressa reprimi-se, é suprimido, está sujeito que lhe imprimam o sentido como uma matéria frágil, a que o comprimam e o deprimam”.
- EDUCAR PARA A CONVIVÊNCIA
- EDUCAR PARA SE APROPRIAR DA HISTÓRIA E DA CULTURA
- O TELESPECTADOR “ Após uma existência de devassidão e indiferença, Viriato viu-se nas profundas do Inferno. Não se assombrou. A vida que levara, os pecados cometidos, os valores ignorados, já lhe haviam imprimido a convicção de que não mereceria, no encontro com a morte, o Céu e nem mesmo o Purgatório. Inquietava-lhe, porém, conhecer o tipo de castigo que deveria suportar por toda a eternidade. Em países em que vigoram a pena capital o crime nem por isso reflui. Aos condenados resta sempre a dúvida de como serão executados. Não é a morte que os assusta. É o modo como ela virá, na forma de uma descarga elétrica ou de uma injeção letal, a forca ou a guilhotina, o fuzilamento ou a empalação. O mesmo intrigava Viriato, curioso quanto ao modo como Asmodeu haveria de tratá-lo. Frei Betto
- A primeira surpresa foi constatar que o Inferno era muito diferente do que imaginara. Isso sucede com os viajantes. Ansiosos por chegarem no porto almejado, nutrem a imaginação de múltiplas fantasias, criando na mente uma quimera bem distante da realidade. Assim como quem visita Veneza sem imaginar que a beleza daquela cidade flutuante às margens do Adriático é entrecortada de canais cujas águas cheiram a podridão, ou Manhattan, onde as sirenes de ambulâncias, bombeiros e carros de polícia impedem o sono tranqüilo. Viriato viu-se condenado à solidão. Nada de multidão de almas penadas, de caldeirões ferventes atulhados de hereges, de tridentes atravessados em quem transgrediu as leis dos homens e de Deus. Talvez tudo isso exista em alguma esfera da transcendência, até mesmo a fornalha ardente onde corpos lambidos pela chama queimem sem se consumir, mas não lhe tocaram nenhum desses castigos que vira em brochuras catequéticas. Ele estava só,
- ocupação seria a TV. Tão logo Viriato acomodou-se na cadeira, resignado à boa sorte, o Arrenegado retirou-se, batendo a porta. O falecido reparou, então, que não havia trinco nem fechadura pelo lado de dentro. Quis levantar-se para examinar um jeito de abri-la e deu-se conta de que seu corpo e a cadeira formavam, agora, uma só peça. Suspirou sem conseguir fechar os olhos. Suas pálpebras se recusavam a obedecer-lhe. Descobriu ainda que poderia mudar de um canal a outro, mas jamais desligar o aparelho e reduzir o volume do som. A TV o olhava continuamente, ad aeternum. Enfim, estava condenado a ficar com os olhos pregados no televisor por toda a eternidade. Não julgou cruel a sua pena. Afinal, escapara do fogo eterno e da chatice de companhias indesejadas. E tinha a seu dispor uma variada programação televisiva. Nas primeiras semanas Viriato chegou a achar graça da falta de imaginação do Tisnado. Que diabo de castigo era
- aquele que lhe propiciava um atrativo cardápio de variedades? Havia o inconveniente de não poder desligar o aparelho nem fixá-lo numa emissora que estivesse fora do ar. As imagens estavam sempre ali, à vista, e os olhos e a mente não podiam ignorá-las, assim como os movimentos de Viriato eram todos observados pela TV. Foi ao fim de três meses que Viriato começou a perceber que a sua pena não era tão leve quanto pensara. Sua imaginação refluía. A TV não era uma mera transmissora de atrativos. Tratava-se de um ente real que imaginava por ele, pensava por ele, sonhava por ele, raciocinava por ele, seqüestrando-lhe a identidade. Um vazio instalara-se no âmago de seu ser. Ele estava hipnotizado pelo aparelho e o fluxo de imagens impregnava-lhe os olhos, a mente, o cérebro, as entranhas, descosturando-lhe a subjetividade. A sucessão infinita de clipes publicitários corroía-lhe a alma. Viriato tinha ânsias de consumo e, no entanto, estava impedido de acesso ao mercado. E o seu desejo desenrolava-se como um fio infinito. Seria menos doloroso
- se a sua auto-estima não estivesse sendo minada dia a dia. Não possuir aqueles produtos que conferiam valor a seus proprietários acarretava-lhe um sofrimento que lhe parecia sempre mais insuportável. Sentia-se um faminto diante de farto banquete, mas com a boca irremediavelmente costurada. A programação saturava-o. embora variada, obedecia aos mesmos modelos repetitivos: o sorriso saúde-e-afeição dos apresentadores, a beleza esguia das mulheres, a ridicularização dos homossexuais e dos gordos, a apologia do adultério, a comicidade derivada da desgraça alheia, a prosperidade como fruto da sorte, a espetacularização da notícia, a nova embalagem de velhas piadas, velhas histórias e velhas imagens. Viriato entendeu o significado da eternidade: a televisão suprimia o tempo, já não havia passado, presente e futuro, e instalava a soberania do espaço, majestosamente ocupado por ela, não só no espaço das horas e dos dias,
- das fantasias e das idéias, mas também no espaço subjetivo do telespectador, asfixiado por aquela profusão de signos que lhe roubavam a palavra e sonegavam o silêncio, dilacerando-o interiormente. Viriato não podia se ausentar, fugir daquele aluvião no qual se afogava sem perecer. A sucessão de anúncios incutia-lhe irremediável indigência, a infinidade de cores acinzentava-lhe o espírito, a velocidade fluida dos programas mergulhava-o numa vertigem irrefreável. Era pior que o fogo capaz de queimar sem consumir, pois todo ele era sugado indefinidamente, e a dor não era na carne, era no espírito, absorvido por aquele aparelho que o monitorava, transportando-o a um mundo virtual que escravizava o seu ser dominado pelas correntes invisíveis da sedução. Viriato sofria por não poder fechar os olhos diante do televisor que, incansável, jamais cerrava o olhar nem silenciava a fala, onipresente e onisciente, reduzindo-o a um exíguo e imponderável espaço que não admitia diálogo,
- contestação, objeção ou resposta. O império imagético oprimia-o por toda a eternidade, esmagando-o sem destruí-lo na viscosidade daquela teia cuja aranha o prendia sem devorá-lo. O demônio modernizara-se. Conto extraído do livro Treze contos Diabólicos e Um Angélico
- Daniela Pinotti Maluf e-mail: [email_address] [email_address]
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